Mais uma primavera!

Flâmula (Iphiclides feisthamelii), Rio Olo, Parque Natural do Alvão.

Elas sucedem-se uma atrás da outra, eu já vou na minha vigésima sexta, hoje precisamente.
É curioso como na natureza os fenómenos se repetem a diferentes escalas, um organismo nasce e morre, uma espécie surge (por especiação) e extingue-se, uma comunidade inicia-se e cessa, um ecossistema é criado e desaparece, completando ciclos dinâmicos que respondem a um conjunto incrível de variáveis mais ou menos aleatórias, finitas mas inumeráveis.
Confrontando-me com a mortalidade reconforta-me saber que pertenço a este ciclo e que nada realmente morre, nem nada realmente nasce apenas se transforma nesse ciclo que é a vida, na melhor alusão possível à Lei da Conservação das Massas de Lavoisier.
Mas disperso-me é da Primavera, a estação, que estamos a falar! Que conversa é esta de mortalidade e ciclos…? E no entanto ela sucede ao Inverno, uma estação mal compreendida que já me deixa saudades.
Muitos ciclos biológicos/ecológicos vêem nesta estação um novo fôlego, que concede às paisagens e às espécies uma beleza inconfundível, celebrada desde os primórdios da nossa civilização. Surgem recursos, espécies saem do seu estado letárgico, sofrem espectaculares metamorfoses, migram vindas dos recantos temporariamente menos produtivos e distantes do globo, comportamentos que milhares de milhões de anos de evolução trataram de as dotar. E tudo graças a um ângulo de declinação solar de aproximadamente 23,5º, que é motor de um complexo sistema climático, que tal como nos sistemas biológicos, a diversidade é o seu segredo.
Mas é da Primavera que estamos a falar, por isso hoje celebro um aniversário deferente, deixando de lado a típica celebração egoísta, congratulando todos os organismos que hoje celebram mais um início do seu ciclo de vida. Parabéns!

1 comentário:

operte disse...

:) Parabéns para todos :) E parabéns para ti :)