Arre que grande erro…

Mergulhão-pequeno (Tachybaptus ruficollis), Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, Ponte de Lima.

Cerca de 80-90% dos erros técnicos em fotografia são devidos a erros de exposição. Desde o advento dos sistemas de exposição automática que os fotógrafos viram a sua vida facilitada, já que anteriormente a esta tecnologia era necessário que estes calculassem (muitas vezes no verdadeiro sentido da palavra) o binómio velocidade de obturador / abertura do diafragma. Desde então que a maior parte de nós utilizamos e confiamos nos sistemas de medição automática das nossas máquinas para a obtenção dos valores correctos, o que é, principalmente em fotografia de natureza uma ajuda quase que imprescindível em muitas situações. Mas será que devemos confiar à máquina esta decisão de olhos fechados? Certamente que não! Já repararam certamente naquele aspecto “deslavado” que muitas fotos, que habitam os nossos discos rígidos apresentam? Bem o principal responsável poderá ter sido o nosso excesso de confiança na medição automática, que apesar de muito conveniente e funcional na grande maioria das situações com que nos deparamos, falha redondamente quando encontramos condições de luz menos comuns e de difícil gestão. É nestas alturas que devemos tomar as rédeas da exposição e domar total ou parcialmente a medição da luz, tendo para isso várias ferramentas à nossa disposição, uma delas, que podemos encontrar em qualquer equipamento minimamente digno e capaz, é a compensação de exposição, que nos permite definir em stops (passos) de que forma a máquina vai expor relativamente à medição base da câmara, seja este valor positivo ou negativo. Outro método passa por utilizar o modo manual, neste caso, o controlo sobre a exposição é total. O controlo activo da exposição é fulcral quando se pretendem bons resultados ou efeitos criativos, como silhuetas em contraluz. A imagem do Mergulhão-pequeno foi obtida utilizando uma compensação negativa (-1.5 stops), o que para além de me dar uma velocidade de obturador suficientemente alta para utilizar a teleobjectiva sem tripé e congelar o movimento da ave, permitiu o efeito criativo das silhuetas escuras da ave e da vegetação contra os reflexos suaves da luz de final de dia na superfície da água. Já agora, convido-vos a praticar a vossa técnica de exposição no mesmo espaço onde fiz esta imagem. As Lagoas de Bertiandos em Ponde de Lima, são um feliz exemplo de boas práticas de gestão e conservação em áreas protegidas. Os meus parabéns ao Município de Ponte de Lima e à equipa de técnicos desta área protegida. Não temam, nas Lagoas não se paga para fotografar a bicharada...

2 comentários:

operte disse...

Ora aqui está algo em que eu pretendo investir ;)

Apesar de estar um pouco parado no que toca À fotografia, pois parece que as minhas ocupações nunca acabam, há pouco comprei uma prime de 50mm para a nikon. Uso uma D40, logo, o focus tem que ser manual. A máquina faz-me medições mas com esta lente dá-me um ligeiro prazer trabalhar no modo manual pois ela inspira-me para a criatividade, vá-se lá saber porquê :)

As informações que aqui deste são muito úteis! Vou tentar ter isto em conta da proxima vez que for fotografar ;) Obrigado e, mais uma vez, parabéns pelo blog bonito que aqui tens ^^

JMorgado disse...

Primeiro de tudo parabéns pelo excelente blog!Todos as entradas estão muito boas e esta em particular explica muito bem um problema que nós fotógrafos enfrentamos frequentemente!

Parabéns e continua com o bom trabalho!

Cumprimentos João Morgado